segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Negras (in)confidências do cacau



Branco, amargo, de leite, com ou sem recheio, este alimento tão nosso conhecido, faz as delicias dos mais gulosos!
Por agora, o convite é para saborearmos um pouco da sua história e conferir os acontecimentos que permitiram trazer até nós este manjar. Interessados? Sim.... Então vamos a isso!
A origem do chocolate remonta a 1500 a.C . Pensa-se que este terá surgido no seio das antigas civilizações que por essa altura habitavam a América Central.
Segundo uma lenda dos povos nativos Americanos, o deus Azteca Quetzcoalt, senhor da Lua prateada e dos ventos gelados, querendo dar aos mortais algo que os enchesse de energia e prazer, foi aos luminosos campos do Reino dos Filhos do Sol e de lá retirou as sementes da árvore sagrada, que terá então, como havia prometido, oferecido ao homem. Desta forma fantástica, as sementes do cacaueiro teriam posteriormente germinado no território habitado pelos Aztecas, dando origem à planta do cacau. Verdade ou não, esta, é conhecida como a lenda do chocolate e apesar dos pormenores menos terrenos, sabe-se que, de facto, os Astecas preparavam uma bebida, à qual chamavam xocoatl, com grãos de cacau torrados, especiarias e mel. O cacau era também servido como uma pasta engrossada com farinha de milho, possivelmente o primeiro chocolate em barra. Esta receita, já “herdada” da civilização Maia, tinha tanta importância entre estes povos, que a bebida era principalmente consumida por reis, nobres e guerreiros.
Em 1519, o espanhol Hernan Cortez descobriu o cacau durante as suas conquistas no México e embora estes europeus não tenham valorizado muito a bebida (achavam-na fria, gordurosa e amarga), rapidamente perceberam o valor da semente e incentivaram a sua cultura no “novo mundo”. Com o passar do tempo, os espanhóis começaram a adicionar açúcar e outros adoçantes à bebida, tornando-a menos amarga.
Há evidências de terem sido aqueles marinheiros, que por essa altura, trouxeram a referida bebida para Espanha. Ao longo dos 150 anos seguintes, a novidade foi-se espalhando pelo resto da Europa. Vários ingredientes continuaram a ser adicionados ao chocolate líquido; entre eles leite, vinho, cerveja, açúcar e especiarias.
Em plena revolução industrial, os ingleses (1795) começaram a usar uma máquina a vapor para esmagar os grãos de cacau sendo este invento essencial para impulsionar o fabrico de chocolate em maior escala. Contudo, a verdadeira revolução do chocolate aconteceu cerca de 30 anos depois quando os holandeses desenvolveram uma prensa hidráulica que permitia a extracção simultânea de manteiga de cacau e de pasta de cacau. Esta última era pulverizada e desidratada para se transformar em pó de cacau. Daí ao desenvolvimento de bebidas “chocolatadas” foi um passo. Posteriormente, a mistura com manteiga de cacau fez aparecer as primeiras tabletes de chocolate mais ou menos como as conhecemos hoje.
O principal ingrediente para a produção de chocolate é o cacau que é proveniente de uma árvore tropical – o cacaueiro (Theobroma cacau, que em grego significa alimento dos deuses). As suas flores brotam dos galhos e do tronco da árvore e precisam de 5 a 7 anos para se transformarem em frutos maduros. (Ai...imaginem se só pudéssemos comer chocolate de 5 em 5 anos!). Actualmente a maior parte da produção é proveniente do Oeste de África, onde quatro países produzem 65 % do cacau no mundo.Depois disto não restam dúvidas...se o cacau é mesmo o alimento dos deuses só temos que aproveitar esta simpática dádiva e tirar o maior proveito das suas qualidades... sim, porque o chocolate não é só responsável por borbulhas e “gordurinhas”, traz também benefícios para a saúde, quando consumido correctamente e com moderação (esta parte é que era escusada!). Parafraseando alguns: …decorativo ou degustativo, o importante é que seja substantivo! E o pleonasmo é deliberado!

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